Faleceu o Joep Oomen

[253 Adv Gardem]

Pessoal não sei se já viram, mas faleceu esse grande senhor que fez muito trabalho por todos nós, 23 anos de educação de drogas ao "nosso serviço"
ainda a uns dias falamos sobre a Ungass, traduções e outras coisas, e infelizmente ontem soube a notícia, deixo as infos do facebook deles
https://www.facebook.com/encod
abraços

[Tommy]

Que má noticia...

Era a melhor pessoa que tínhamos na Encod, certamente um dos 3 maiores activistas canábicos que temos na Europa. Muito trabalhou ele na defesa daquilo que todos nós defendemos. Conheci-o virtualmente já há uns 7 ou 8 anos e tive também o prazer de o conhecer em Sevilla em Maio de 2015, há menos de 1 ano. Muito simpático e acessível, muito interessado sobre o que se passava em Portugal com a canábis, falámos mais de uma hora sobre Portugal e o cenário canábico Europeu. E depois no dia seguinte ainda foi ao stand Tricomaria falar connosco e dar umas vaporizações.

É realmente uma pena pois grande parte da vida dele era dedicada a isto e quem sabe se daqui a 1 mês sería o alcançar de tantos objectivos pelos quais ele lutou.

Abraços!

tommy

[BlackJack]

Que perda irreparável. Tomba mais um dos nossos. Uma referência.

Conheci-o em Lisboa quando cá esteve com alguns colegas da ENCOD.
Não era um gajo velho.

RIP

[Moxu666]

triste noticia, tb o conheci o ano passado na expo sevilla :...(

DEP

[Tommy]

Quando fui falar com ele no ano passado (a propósito de Tricomaria ser membro Encod) esperava encontrar uma pessoa que só tivesse 5 minutos para mim, como quando vamos falar com alguém "famoso" (ou importante), cujo tempo é muito mais valioso que o nosso. Aconteceu o contrário, encontrei uma pessoa muito humilde, que desde a sua humilde postura se interessa por tudo o que à canábis diz respeito, especialmente aos assuntos do foro político e legal.

Em vez de encontrar um indivíduo fechado e pouco disponível, a certa altura senti quase como se para ele eu é que fosse importante. Deu-me uma atenção extraordinária. Recordo (agora com tristeza) a alternância entre o inglês e o espanhol no nosso diálogo, idiomas que ele dominava na perfeição, apesar de a sua língua materna ser o neerlandês. Um gajo simples mas com uma determinação extraordinária.

Deixou um recado para todos nós, portugueses, que agora partilho convosco:

A melhor maneira de contribuir para a mudança de uma lei é fazendo os possíveis por influenciar os juízes e não os políticos. Os políticos não servem para isso, eles não estão vocacionados para a criação e interpretação de leis. Os juízes sim, quando confrontados com casos de tribunal em que alguém que não é violento nem prejudica outros tem sanção legal desadequada, são forçados a pensar duas vezes acerca da efectividade e justiça da lei que têm que aplicar.

O Joep disse que quem quiser realmente agarrar a bandeira do activismo, deve acima de tudo tomar iniciativas que violem a lei mas que não lhe retirem um claro rótulo de inocência. Ao estilo da iniciativa que ele teve há uns anos atrás (Trekt Uw Plant, em 2006) em que levou uma planta mãe para um local público e partilhou ramos (para clones) entre os membros da sua associação. Tendo sido depois detidos 4 elementos (ele incluído) quando acabou a iniciativa e voltavam para casa.

Aqui a iniciativa melhor explicada: http://www.encod.org/info/TREKT-UW-PLANT-BELGIUM.html

Nestes termos, mais tarde em tribunal, o juiz fica entalado, pois está perante arguidos não agressivos que não provocaram qualquer dano a terceiros, mas a lei diz que são criminosos e prevê penas a aplicar. Conseguindo-se algum mediatismo, é possível forçar um ou vários juízes a admitir que a lei tem que ser alterada e a dar inicio ao processo de alteração da mesma. Imaginem que se juntam 30 pessoas e cada uma leva um vaso com uma planta para um lugar público e todos ficam à espera de ser detidos.

Indo a tribunal, certamente que nenhum vai preso, mas todos os elementos envolvidos no processo desencadeado (policias, advogados, juízes, administrativos, etc), vão ter trabalho, vai-se estar a perder tempo que sería importante se dedicado a outros assuntos e, pior, os mesmos 30 ou outros 30 podem no dia seguinte repetir a gracinha. Não estou com isto a dizer que devemos estudar este tipo de iniciativa, estou apenas a transmitir a mensagem que o Joep me passou. Pode optar-se por não se fazer nada, mas se se fizer alguma coisa, que seja de forma objectiva e esta é uma forma objectiva de se fazer bem a coisa.

Abraços!

tommy