A "droga" que nos últimos quatro anos mudou leis em todo o mundoEUA, Uruguai ou Jamaica são alguns dos países onde a lei mudou. Combate ao tráfico e receita fiscal são argumentos a favor
Legalizar, sim ou não? Consumo recreativo ou medicinal? A canábis, também conhecida por marijuana, está a fazer o percurso que mais nenhuma droga fez, sobretudo nos últimos quatro anos, com a legalização para uso medicinal e recreativo em vários países. Mas como todas as drogas tem riscos. Na última década a substância ativa, o THC, aumentou a potência, o que levou a vários alertas e estudos para perceber melhor os seus efeitos em termos neurológicos. A proibição não tem reduzido o consumo. Coloca-se a questão se a legalização pode diminuir o poder das redes de tráfico.
Estes são alguns dos argumentos usados pelos defensores da legalização. Em 2013 o Uruguai tornou-se o primeiro país a legalizar o consumo, a posse e o cultivo da canábis. Já este ano, no México quatro cidadãos ganharam uma ação em tribunal para cultivarem e consumirem canábis com o mesmo fim que no Uruguai. O cultivo está limitado em número de plantas, assim como a quantidade de erva que cada pessoa pode ter.
Nos Estados Unidos quatro estados já aprovaram a legalização recreativa. Colorado e Washington em 2012. A imprensa americana referia este ano que os dois estados teriam arrecadado cerca de 180 milhões de euros em impostos sobre as vendas de canábis para fins medicinais e recreativos. Mais recentemente Oregon e Alasca seguiram o exemplo. A venda está limitada a maiores de 21 anos, em locais licenciados, a posse não pode ultrapassar as 28 gramas e ninguém pode cultivar mais de seis plantas. Em 2016, o Oregon vai impor uma taxa de 25% sobre as vendas recreativas. Mas a nível federal a proibição mantém-se. Talvez a pergunta seja por quanto tempo. O senador de Vermont, Bernie Sanders, que está a disputar com Hillary Clinton a indicação do Partido Democrata a candidato à presidência propôs retirar a canábis da lista de substâncias controladas. No Brasil, o tema também está em debate.