Em três anos sobe em 14% os jovens que pretendem que a substância continue ilegal. Europa evidencia tendência contrária.
Mais jovens portugueses rejeitam a ideia de legalizar a canábis, contrariando a tendência europeia. Só nos últimos três anos, subiu em 14% a estatística dos que por cá não estão interessados nesta legalização.
Se em 2011 eram 52% os jovens portugueses, dos 15 aos 24 anos, que defendiam que a canábis deveria continuar ilegal, agora são já 66%. Portugal está em contracorrente, já que a tendência europeia é para que cada vez mais jovens queiram a sua legalização. Os números dizem que na UE, em 2011, eram 59% os jovens europeus que queriam ver a canábis ilegal, agora são apenas 53%, menos 6%.
A tendência portuguesa "é surpreendente", avança Manuel Cardoso, subdiretor geral do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), acrescentando que "isto vai, no entanto, no sentido de todo o trabalho que tem sido feito para sensibilizar os jovens para os comportamentos de risco".
Manuel Cardoso lembra que, recentemente, o SICAD fez um estudo que versava sobre as novas substâncias psicoativas, verificando, igualmente, que "a maioria dos jovens, mesmo os que as consumiam, não concordavam com a sua legalização". Aquele responsável entende que a situação em Portugal "é confortável" e que "para isto, ajudou o facto de se ter optado por não criminalizar". "Não é crime o consumo (em pequenas quantidades), mas é proibida a comercialização. As pessoas sabem que as pode prejudicar", defende.
Ao lado de Portugal - neste aumento de pessoas que não quer a legalização da canábis - estão países como a Holanda (mais 14% relativamente a 2011), a Bélgica (mais 13%), a Letónia (mais 8%) e a França (com mais 6% do que em 2011).
No resto da Europa, mesmo nos países onde a maioria esmagadora não quer a legalização, a tendência é para que sejam cada vez menos jovens a pensar assim. No Chipre, por exemplo, 72% dos jovens não quer a legalização da canábis, mas são já menos 10% em relação ao ano de 2011. Na restante UE, na Itália, por exemplo, são já menos 22%, na Alemanha menos 17%, na Áustria menos 14 e na Eslovénia menos 13%.
Fonte: www.jn.pt
Original: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Socie...ent_id=4093641